11/01/2023

Liberalismo Algarvio


Quando pensamos em liberalismo ou outra ideologia política, temos a tendência a pensar na nossa realidade, condicionada pelo local e o tempo.

Ser liberal, será naturalmente diferente, consoante o local onde estejamos e o tempo que vivemos. Ser liberal no Irão ou na China é certamente diferente em relação a um liberal em Portugal ou nos EUA.

Assim como ser liberal em Portugal é diferente, dependentemente do sítio onde estamos. 

Há certamente linhas comuns e universais, que se aplicam a qualquer liberal, em qualquer lugar ou tempo, mas a aplicação do liberalismo vive condicionada de vários factores.

Hoje ser liberal no Algarve é bem diferente de ser liberal em Lisboa ou no Porto.

Três exemplos: saúde, educação e poder local. Um liberal tanto na saúde como na educação é a favor da livre concorrência e liberdade de escolha. Apesar de lutar por isto, um liberal algarvio tem de ter consciência da sua realidade. Um poder local transparente e escrutinável é uma utopia.

Saúde.

Hoje a oferta a nível de saúde, tanto pública como privada é limitada. Os hospitais públicos estão velhos e sem pessoas. Os profissionais não se sentem valorizados, por isso preferem sair. Temos dois hospitais, que nos querem "vender" como fantásticos, mas depois a realidade do dia-a-dia demonstra que há muitas debilidades e carências. Se olharmos para o privado não só é pior, como não podemos falar em oferta real. Hoje parece-me claro que hospitais privados em Portugal só mesmo em Lisboa e Porto, no resto do país temos clínicas, maiores ou menores, mas clínicas.A solução, seria haver uma coordenação entre público e privado, para libertar o público de situações menores e assim poder oferecer um melhor serviço aos algarvios. Não estamos em condições, no Algarve, de exigir mais do que isso, apesar de podermos sonhar. Precisamos de lutar por uma oferta melhor, onde a construção do Hospital Central do Algarve, não me parece que seja a prioridade, precisamos de uma reorganização e estímulos para os profissionais de saúde.

Educação.

O diagnóstico é idêntico ao da saúde. O que temos é uma escola que não tem professores, e os que estão vivem desmotivados e a contar os dias para a reforma. A oferta privada, que tem crescido, é muito limitada e não me parece que seja de qualidade para os preços exigidos. A solução/receita é abrir a competitividade entre escolas públicas, para assim poder haver um crescimento na qualidade. Neste sentido a liberdade de escolha por parte dos alunos, assim como a liberdade de contratação por parte das escolas parece-me uma boa solução. Há riscos, que as pontas e os lugar mais isolados fiquem cada vez piores, mas aí terá de haver uma oferta diferenciada quer para alunos, quer para professores.

Poder Local.

Um Algarvio hoje desconhece quem "comanda" a política local. Sabe, quanto muito, quem é o presidente da Câmara e da Junta. Mas já não sabe quem é o presidente da Assembleia Municipal ou de Freguesia. Não sabe quem são os diretores regionais da saúde, educação ou agricultura, etc, quem é o presidente da CCDR ou da AMAL. E quem sabe quem são, não consegue fazer um escrutínio a essas pessoas, vivem em círculo fechado. Um Liberal no Algarve, em relação ao poder local, tem de lutar pela transparência de informação, para depois poder avaliar.

Impresa livre

Para que o liberalismo funcione e possa existir, precisamos de um imprensa plural e livre. No Algarve, ainda não temos este ponto básico. A oferta é pouca, e imensamente dependente de dinheiros públicos. Convido a lerem ou ouvirem os meios de informação algarvios, muita música, poucas notícias e zero escrutínio ao poder local.

Um liberal no Algarve é diferente de um liberal de Lisboa ou do Porto. Aqui não temos o básico, aqui não temos a transparência e escrutínio que são essenciais para a liberdade. Aqui a Saúde, a Educação, a Economia, a Política ou o Jornalismo precisam do liberalismo, mas diria o liberalismo básico.


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