12/01/2023

Do outro lado


1. Não poucas vezes ouvi e oiço que os padres deviam poder casar.

2. Como posição de princípio não veria grande problemas. Entre muitos argumentos, o de que a falta de vocações deixava de ser um problema ou as questões da pedofilia desaparecia na igreja.

3. A falta de vocações sacerdotais não se resolveria com essa possibilidade, poderia haver no início algum "boom", mas a médio/longo prazo não seria relevante. A falta de vocações, a meu ver, prende-se mais com outras questões, internas e mais complexas de se tratar e resolver. É preciso uma mudança de mentalidade e critérios, para que a Igreja possa dar o passo seguinte. 

4. Dizer que a questão da falta de vocações está hiper/mega inflacionada na igreja.

5. A questão da pedofilia, basta pensar que a maioria dos casos de pedofilia são em ambiente familiar, no EUA, a pedofilia na Igreja representava 2% da pedofilia total. Ou seja, não é o celibato a razão da pedofilia na igreja, mas sim na seleção dos candidatos, pois muitos deles revelam desequilíbrios e doenças anteriores. A única relação que podemos encontrar é que muitos casos, não havendo candidatos, aceita-se tudo o que aparece.

6. O que se passa nas igrejas onde os padres podem casar? Há padres de 1ª e padres de 2ª. São igrejas que como a romana, tem falta de padres. São igrejas onde a família do padre muitas vezes é um peso acrescentado para a comunidade.

7. Estando do outro lado, parece-me claro que a possibilidade dos padres poderem casar traria mais problemas que soluções. Poderia haver situações em que a coisa resultaria, mas mais relacionada com as pessoas em si, do que com a situação.

8. Numa sociedade aberta como a europeia, como se geria a organização dos padres? As esposas seria funcionárias da Igreja? Não me parece. As esposas tendo o seu trabalho, o padre não poderia estar livre para ir, pois estaria condicionado pela disponibilidade da esposa.

9. Como é que se geria um padre divorciado? Passava a ser um padre diminuído na sua autoridade? A Igreja teria de mudar a sua visão sobre o casamento, para poder acolher estas situações sem que isso não fosse um problema acrescido.

10. Qual seria a qualidade do serviço do padre, perante as suas "obrigações" familiares, esposa e filhos. Deixava de ser padre 24h/24h, para ser um funcionário com horários? Bem sei que há alguns padres que são assim, mas a maioria assume a sua vocação a tempo inteiro.

11. Poderia ficar aqui a partilhar muitos mais problemas que um padre casado levantaria para a igreja e assim para a comunidade.

12. A igreja precisa de mudar, mas não nesta questão. Precisamos de uma igreja mais sínodal (democrata), mais livre (que siga o ES). Precisamos de uma igreja das pessoas e não dos "senhores padres ou bispos". Precisamos de uma igreja que seja mais fiel a Jesus do que ao poder. Precisamos de uma igreja mais pobre, desprendida do mundo. Precisamos de um igreja feliz e não castrada.

SNS e as Crianças

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